O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, anunciou nesta segunda-feira (11) um plano de US$ 65 bilhões (cerca de R$ 374 bilhões) para fortalecer as indústrias de chips e inteligência artificial do Japão, por meio de subsídios e outros incentivos financeiros. As informações são da Reuters.
O plano, que pode alcançar até 10 trilhões de ienes até o ano fiscal de 2030, surge em meio ao crescente esforço de diversos países para reforçar o controle sobre suas cadeias de suprimentos de semicondutores, após choques globais, como as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
O governo japonês pretende submeter o plano, incluindo projetos de lei para apoiar a produção em massa de chips avançados, à próxima sessão do parlamento.
Um rascunho do plano, acessado pela Reuters, revelou que ele visa, em particular, a fundição de chips da empresa Rapidus e outros fornecedores de chips para inteligência artificial. O impacto econômico esperado com a implementação do plano é de cerca de 160 trilhões de ienes, segundo o documento.
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Japão vai começar produção em massa de chips
- A Rapidus, liderada por veteranos da indústria, pretende iniciar a produção em massa de chips de última geração na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, a partir de 2027, em colaboração com a IBM e a organização de pesquisa Imec, da Bélgica.
- Durante a coletiva de imprensa, Ishiba esclareceu que o governo não recorrerá à emissão de títulos de cobertura de déficit para financiar o plano de apoio à indústria de chips, mas não detalhou as fontes de financiamento.
- No ano passado, o governo japonês já havia anunciado a alocação de 2 trilhões de ienes para a indústria de chips.
O plano atual faz parte de um pacote econômico abrangente, que será submetido ao gabinete japonês para aprovação em 22 de novembro, e que exigirá um investimento total de 50 trilhões de ienes, combinando recursos públicos e privados, nos próximos 10 anos.
Além disso, Ishiba mencionou que o governo realizará uma reunião com representantes empresariais e sindicais ainda neste mês para discutir as negociações salariais anuais.
A busca por aumentos salariais sustentados é uma das prioridades do governo, dado o impacto do aumento no custo de vida sobre as famílias japonesas, o que pode afetar o consumo e, consequentemente, a economia do país.
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