Megavazamento de fotos de brasileiros na Deep Web pode impulsionar fraudes

Um suposto megavazamento de fotos de brasileiros, que podem ter origem em bancos de dados policiais, foi identificado em um fórum na Deep Web. O pacote, que contém mais de 300 mil imagens, está sendo oferecido gratuitamente, e especialistas da Solo Iron, unidade de cibersegurança da Solo Network, alertam para os riscos envolvidos.

Segundo a empresa de cibersegurança, a descoberta foi feita na noite desta segunda-feira (4) e gerou preocupação, pois as imagens podem ser usadas para fraudes financeiras e até para criar deepfakes.

Embora a origem exata das fotos ainda não tenha sido confirmada, há indícios de que algumas delas possam ser provenientes da Polícia Civil do Espírito Santo, com muitas imagens possivelmente relacionadas a pessoas autuadas. O maior risco, segundo os especialistas, é o uso dessas imagens em fraudes, como a criação de contas bancárias falsas e solicitações fraudulentas de crédito.

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Megavazamento identificado pela Solo Iron supostamente contém fotos de 354.344 brasileiros. (Imagem: Solo Iron / Reprodução)

Fotos de brasileiros estão disponíveis para download na Deep Web

Especialistas da equipe Solo Iron, unidade de cibersegurança da Solo Network, detectaram um megavazamento de imagens de brasileiros sendo compartilhado em um fórum na Deep Web. Segundo Felipe Guimarães, chefe da equipe de cibersegurança, o acesso ao fórum requer créditos, que podem ser adquiridos para baixar gratuitamente as fotos.

Embora não se tenha confirmação da origem exata das imagens, suspeita-se que algumas delas possam ter sido extraídas de bancos de dados da Polícia Civil do Espírito Santo.

As fotos, muitas das quais seguem o padrão de documentos brasileiros, elevam o risco de fraudes, possibilitando a criação de perfis falsos e o desenvolvimento de deepfakes.

Risco para consumidores e empresas e potencial de fraudes financeiras

  • Para Guimarães, o vazamento representa uma ameaça significativa, principalmente para o setor financeiro, devido à possibilidade de uso dessas fotos em atividades fraudulentas.
  • Ele destaca que o acesso gratuito às imagens amplia o potencial de fraudes.
  • “Recomendamos que as empresas, especialmente as financeiras, aumentem seu nível de alerta nos próximos dias”, aconselha.
  • Não são apenas as empresas que precisam redobrar a atenção. Consumidores também devem estar atentos a contatos suspeitos de instituições financeiras, principalmente aqueles que exigem confirmação de dados via e-mail ou telefone.
  • Guimarães ressalta que criminosos podem utilizar buscas de imagem para obter informações adicionais sobre as vítimas, como nome, redes sociais, e-mail, e outros dados pessoais.
  • Em caso de suspeita, recomenda-se que o consumidor entre em contato diretamente com a instituição financeira ou órgãos de proteção ao consumidor.

Leia mais:

O crescimento do cibercrime no Brasil

O Brasil, segundo estudos da Solo Iron, tem características particulares no cenário de cibercrime. Grupos criminosos locais, especializados em fraudes financeiras, operam em conjunto com atores internacionais e utilizam a dark web como um canal para disseminar ferramentas que facilitam ataques cibernéticos, incluindo uso de cartões de crédito e o sistema de pagamentos Pix.

cibercrime
Segundo especialistas, o Brasil é um país peculiar no cenário do cibercrime. (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A / Shutterstock.com)

Esses grupos também têm realizado extorsões financeiras contra empresas brasileiras por meio de ataques de ransomware e sequestro de dados.

O que dizem as autoridades?

O Olhar Digital entrou em contato com a Polícia Civil do Espírito Santo, a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), o Ministério Público do Espírito Santo, a Secretaria Nacional do Consumidor e o Ministério da Justiça e Segurança Pública questionando sobre o caso, mas ainda não obteve resposta até o momento da publicação. A matéria será atualizada assim que houver retorno das autoridades.

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