Se você costuma assistir a muitos filmes de terror, provavelmente já se deparou com títulos que apresentam cenas de violência mais gráficas. Essas produções enfatizam a violência extrema, como mutilações, muito sangue e cenas chocantes e repulsivas. Essas características são denominadas “gore”.
Muitos filmes apostam nesse estilo, pois ele costuma agradar uma parcela significativa dos fãs de terror. No entanto, essas produções não são para todos, pois exigem um estômago forte e nervos de aço.
Mas e você, se interessou em saber mais sobre filmes gore? Então continue lendo, pois a seguir explicaremos mais sobre o assunto.
O que é Gore?
O termo “gore” refere-se a conteúdos que exibem violência gráfica, como sangue, mutilações ou cenas explicitamente chocantes. A expressão não é exclusiva do cinema, sendo também aplicada a jogos, literatura e outras mídias que buscam causar forte impacto visual.
Além disso, “gore” pode descrever tanto o estilo visual quanto a presença de elementos extremos e viscerais. Esse recurso não se restringe ao terror; filmes de ação, por exemplo, também podem utilizá-lo.
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No cinema, o gore é mais bem compreendido como um estilo ou recurso narrativo, em vez de um subgênero independente. Subgêneros como slasher e body horror frequentemente fazem uso do gore, mas possuem características próprias que vão além desse elemento.
Portanto, o gore funciona como uma ferramenta estética empregada em diferentes contextos narrativos e gêneros para intensificar o impacto visual.
Origem do Gore
Traçar a origem do uso do gore no cinema é uma tarefa incerta, mas especialistas acreditam que suas raízes estéticas estão no teatro francês “Grand Guignol”.
Fundado em 1897 por Oscar Méténier, o “Grand Guignol” se destacou em Paris por apresentar peças de horror extremo, com cenas realistas de violência, sangue e carnificina, algo incomum para a época.
No cinema, historiadores apontam a primeira aparição do gore no filme “Intolerância” (1916), de D. W. Griffith. Esse épico do cinema mudo inclui uma sequência em que uma lança é lentamente cravada na barriga de um soldado, com sangue jorrando.
Outros filmes de Griffith lançados posteriormente, assim como produções contemporâneas a ele, apresentavam momentos desse tipo. Porém, o gore se tornou mais recorrente no cinema quando o subgênero do terror denominado “splatter” ganhou destaque.
O “splatter” surgiu na década de 1960 e se popularizou nos anos 1970. Um dos primeiros filmes associados ao estilo foi “Banquete de Sangue” (1963), dirigido por Herschell Gordon Lewis.
Alguns anos depois, o cinema italiano fez uma grande contribuição ao gore através do genial Lucio Fulci. Conhecido como “Padrinho do Gore”, título que compartilha com Herschell Gordon Lewis, Fulci eternizou o cinema gore com obras como “Terror nas Trevas” (1981).
Desde então, o gore se vinculou fortemente ao cinema de terror. A combinação dessa estética com o gênero atraiu a atenção de uma grande parcela do público e continuou a evoluir com o surgimento de novos subgêneros e tendências ao longo do tempo.
Subgêneros do terror e o Gore
Alguns subgêneros do terror com elementos gore incluem:
Splatter: O já citado subgênero, como os filmes de Herschell Gordon Lewis, que evoluiu mundialmente ao longo dos anos.
Torture Porn: A evolução do Splatter no século 21. São aqueles filmes com cenas de tortura e sofrimento extremo, como “O Albergue” (2005) e “Jogos Mortais” (2004).
Slasher: Nos anos 80, os famosos slashers, com seus assassinos que matam brutalmente suas vítimas, foram a principal “casa” do gore.
Zumbis: Famoso subgênero que apresenta violência explícita e canibalismo na figura dos mortos-vivos. “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968), de George A. Romero, foi o filme que deu a forma como conhecemos o subgênero.
Body Horror: Explora mutações grotescas e degradação corporal, como em “A Mosca” (1986), de David Cronenberg, e “A Substância” (2024).
Cinema Canibal Italiano: Populares entre os anos 70 e 80, geralmente focam em expedições a territórios remotos, onde exploradores encontram tribos canibais. Caracterizam-se por violência extrema e, frequentemente, polêmicas envolvendo maus-tratos reais a animais. “Holocausto Canibal” (1980), de Ruggero Deodato, e “Cannibal Ferox” (1981) são exemplos.
New French Extremity: Movimento francês do século 21 que combina violência gráfica e terror psicológico. Bastante provocador e polêmico, este movimento explora, por exemplo, violência gráfica sexual. “Mártires” (2008) e “Alta Tensão” (2003) são alguns exemplos.
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