Robôs-cirurgiões já são realidade há mais de uma década. As máquinas funcionam como auxiliares de luxo para médicos que atuam em hospitais de ponta. Elas, no entanto, são extremamente raras ainda, dado o valor astronômico da tecnologia.
Mais de 70 países já registraram procedimentos utilizando robôs como esse – o Brasil está entre eles. O Hospital Vera Cruz, em Campinas, por exemplo realizou, uma retirada de próstata em 2018 com a ajuda do modelo Da Vinci, da empresa Intuitive Surgical.
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O Da Vinci, aliás, é o robô-cirurgião mais famoso do mundo. Existem aproximadamente 7 mil unidades dele em atividade atualmente. E uma delas acaba de conquistar um feito inédito: concluiu uma operação sem ter sido programado para isso. Ele apenas aprendeu o que fazer assistindo a vídeos de cirurgiões humanos.
Um experimento inédito
- Foram horas e mais horas de gravações.
- Ao todo, o Da Vinci 5 teve acesso a um arquivo com mais de 50 mil cirurgiões humanos trabalhando.
- A pesquisa foi conduzida por uma equipe da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
- O robô foi capaz de concluir 3 tarefas de forma completamente autônoma: ele manipulou uma agulha, levantou o tecido corporal e costurou.
- O mais impressionante é que ele fez tudo isso sozinho, após assistir aos vídeos de médicos atuando.
- E, como podemos ver pelas imagens, a máquina demonstrou uma habilidade muito próxima à dos humanos:
- Esse vídeo e o estudo em si foram apresentados nesta semana na Conferência sobre Aprendizado de Robótica em Munique, na Alemanha.
- Os testes iniciais foram feitos em uma coxa de frango e no lombo de um porco.
- O modelo combina aprendizado de imitação com a mesma arquitetura de aprendizado de máquina que sustenta o ChatGPT.
- No entanto, onde o ChatGPT trabalha com palavras e texto, o robô atua com movimentos.
- A equipe agora trabalha no próximo passo do projeto: em vez de executar pequenas tarefas cirúrgicas, os cientistas querem agora que o Da Vinci realize uma cirurgia completa – e sozinho.
- Não há prazo para isso acontecer.
As vantagens do robô-cirurgião
Quando usamos o termo robô-cirurgião, a maioria das pessoas imagina algo como um substituto do médico. A tendência é que isso ocorra um dia, mas a tecnologia ainda não chegou nesse nível.
O Da Vinci, por exemplo, atua mais como um assistente de luxo para o doutor. A máquina vem com 4 braços robóticos equipados com diversos instrumentos médicos, além de câmeras que entregam imagens em 3D.
Um dos principais diferenciais dele é a leitura de sensibilidade tátil. Isso significa que o sistema do robô avisa o médico quando ele estiver exercendo muita força (ou uma força desnecessária) em algum tecido.
Com esse alerta, os cirurgiões tendem a causar menos traumas internos. A estimativa dos pesquisadores é que os danos a tecidos no pós-cirúrgico caiam cerca de 43%.
Com esse tipo de benefício, a conta é simples: menos lesões significam menor tempo de internação e alta mais rápida para o paciente.
Um Da Vinci 5 custa atualmente cerca de US$ 3 milhões. Fazendo a conversão, estamos falando em algo em torno de R$ 17 milhões.
As informações são da Universidade Johns Hopkins.
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