Um vaso egípcio de 2,2 mil anos possui resquícios de uma mistura alucinógena que pode ter sido usada para recriar um antigo mito. Como descrito em um estudo publicado na Scientific Reports, as evidências indicam um ritual baseado na história de Bes, um deus anão que enganou a deusa do céu na mitologia egípcia.
Entenda:
- Pesquisadores encontraram resquícios de uma substância alucinógena em um vaso egípcio de 2,2 mil anos;
- A equipe aponta que a mistura era utilizada em um antigo ritual que recriava a história do deus anão Bes;
- O mito conta que Bes enganou a deusa do céu e da fertilidade, Hathor, dando-lhe uma bebida misturada com uma droga e parecida com sangue, colocando-a em “um sono profundo”;
- Além disso, também existe a chance de que a substância fosse consumida por mulheres que desejavam prever o futuro de suas gestações.
Como descrito em um comunicado, análises químicas revelaram que a substância alucinógena possuía traços de plantas com “propriedades psicotrópicas e medicinais”, como arruda selvagem, e restos de sementes “usadas para fazer a bebida parecer sangue”. Resquícios de fluidos como saliva ajudam a reforçar a hipótese de que o alucinógeno tenha sido consumido por humanos.
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Vaso de ritual alucinógeno recriava antigo mito egípcio
Como sugerem os pesquisadores no artigo, é possível que o ritual com a substância alucinógena buscasse recriar a história de Bes, que acalmou a deusa do céu e da fertilidade, Hathor, sedenta por sangue, usando “uma bebida alcoólica misturada com uma droga vegetal, disfarçada de sangue”, colocando-a em “um sono profundo”.
A equipe também levanta a hipótese de que o alucinógeno fosse usado por mulheres em uma tentativa de prever o futuro de suas gestações – que, na época, eram bastante arriscadas. “Um ritual ligado ao culto de Bes durante os períodos greco-romanos envolvia a prática de incubação para propósitos oraculares, em que os consultores dormiam nas Câmaras de Bes para obter sonhos proféticos”.
“Com este estudo, encontramos provas científicas de que os mitos egípcios têm algum tipo de verdade, e isso nos ajuda a lançar luz sobre os rituais mal compreendidos que provavelmente eram realizados nas Câmaras de Bes em Saqqara, perto das Grandes Pirâmides de Gizé”, diz Davide Tanasi, líder do estudo.
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