Uma pesquisa do Opinion Box revela que 73% das pessoas estão preocupadas com a coleta e análise de dados pessoais feita pela inteligência artificial (IA). Esse dado reforça o quanto a privacidade e segurança da informação são temas que permanecem no centro das discussões sobre tecnologia — e com toda a razão!
O motivo é simples: os dados são o combustível que alimentam as inovações tecnológicas no mundo digital. Com a IA não é diferente, já que ela processa e interpreta grandes volumes de informações — como preferência de consumo, histórico de navegação e até biometria — para personalizar experiências e otimizar processos.
No entanto, essa capacidade é uma faca de dois gumes. De um lado, empresas têm uma oportunidade inédita de alavancar suas atividades usando a IA como aliada estratégica. Do outro, essa mesma utilização pode abrir brechas para expor vulnerabilidades, tanto para pessoas quanto para negócios, especialmente com o risco de abusos de privacidade por agentes mal-intencionados.
Imagine, por exemplo, o vazamento do histórico médico de um paciente ou informações financeiras de uma empresa caindo em mãos erradas. Os riscos são inúmeros, ainda mais se considerarmos que a quantidade de dados cresce exponencialmente à medida que novas IAs são desenvolvidas e aprimoradas.
Como garantir a privacidade de dados
Estamos falando de uma tecnologia que pode, sim, extrapolar na coleta de dados, e o primeiro passo para mitigar isso é entender que o problema não é a IA em si, mas como ela é utilizada.
Diante disso, a prioridade deve ser conhecer a fundo essa ferramenta para não dar espaço a usos questionáveis. A própria pesquisa da Opinion Box aponta que, embora mais de 90% dos entrevistados afirmem estar informados sobre IA, a maioria tem apenas conhecimento básico sobre o tema.
Por isso, se aprofundar no tópico da privacidade nunca é demais. Os usuários precisam estar totalmente cientes do que está sendo registrado em uma plataforma e para quais finalidades. Nessas situações, uma dose de ceticismo é saudável: é fundamental exigir clareza sobre como as informações serão usadas. Afinal, é para a nossa própria segurança, não é mesmo?
As empresas precisam encarar essa questão com seriedade, pois investir em transparência e segurança significa, na prática, investir na confiança de seus clientes. Para isso, é fundamental oferecer configurações de consentimento e controles de privacidade claros e acessíveis, que permitam aos usuários entender exatamente quais dados estão sendo compartilhados e com quem, e limitar esse compartilhamento caso desejem.
Além disso, vale a pena adotar boas práticas no desenvolvimento de sistemas de IA, como incorporar medidas de proteção desde o início do projeto, incluindo ‘anonimização’ e criptografia para reduzir riscos. Essas práticas garantem que dados pessoais não sejam expostos, mesmo que um sistema seja comprometido.
De olho nas regulamentações
A regulamentação é outro tópico cada vez mais importante quando falamos de proteção de dados na era da IA. Leis como o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR), da União Europeia, e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), do Brasil, estabelecem padrões claros para a coleta e o uso de informações pessoais, impondo limites a práticas invasivas. Mais do que isso: elas oferecem um certo nível de tranquilidade para os usuários.
Um levantamento da Cisco reforça esse efeito ao mostrar que 81% das pessoas que conhecem as legislações de proteção de dados se sentem mais seguras, enquanto esse número cai para 44% entre aqueles que não conhecem o tema.
Porém, essa segurança depende da atualização constante das leis para acompanhar as transformações tecnológicas. A LGPD, por exemplo, foi promulgada em 2018 e já enfrenta desafios para se manter relevante em um cenário digital que evolui rapidamente.
Enquanto aguardamos que as regulamentações se adaptem ao ritmo das inovações, também é importante que cada indivíduo assuma sua própria responsabilidade na proteção de dados. Usuários precisam se manter informados e adotar boas práticas para proteger uns aos outros, especialmente em um ambiente digital globalizado e cada vez mais interconectado.
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Essas medidas acabarão com todos os receios que cercam a Inteligência Artificial? Talvez não. No entanto, é crucial entender que a IA é uma ferramenta poderosa para a inovação, não uma ameaça inerente. Com empresas, governos e indivíduos agindo de forma responsável e consciente, a revolução tecnológica pode ser não só sustentável, mas também benéfica para todos.
Se priorizarmos a privacidade e a ética, estaremos construindo um futuro onde a tecnologia não apenas facilite nossas vidas, mas também respeite nossa segurança e liberdade. É um equilíbrio que vale a pena buscar, para que possamos aproveitar o melhor que a IA tem a oferecer sem abrir mão da nossa privacidade.
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